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terça-feira, 11 de novembro de 2014

TEXTOS PARA A PROVA MULTIDISCIPLINAR 4º BIMESTRE/2014 APLICAÇÃO 20/11/2014



TEXTOS PARA A PROVA MULTIDISCIPLINAR 
4º BIMESTRE/2014
APLICAÇÃO 20/11/2014


MATUTINO:


Texto I dos 6° e 7° anos


Violência atinge mais jovens negros

No Brasil, os negros precisam enfrentar mais do que o racismo. A discriminação também impacta diretamente na qualidade e na expectativa de vida dessa que é a maior parcela da população. Foi isso que apontou recente estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), destacando que a possibilidade de um jovem negro ser vítima de homicídio é 3,7 vezes maior do que um branco.

Utilizando dados do IBGE, o estudo trouxe outro dado alarmante: enquanto a taxa de homicídios de negros é de 36 mortes por 100 mil, na proporção dos “não negros” é de 15,2. No país, Alagoas é o estado que tem essa relação mais desproporcional, onde a diferença entre os dois grupos atinge a marca de 76 por 100 mil habitantes. Segundo os responsáveis pelo estudo, Daniel Cerqueira e Rodrigo Moura, a discriminação socioeconômica e o racismo estão diretamente ligados ao número de homicídios de negros no Brasil. Eles explicam que a discriminação atrasa ou bloqueia as oportunidades de crescimento profissional. O racismo atinge a autoestima de crianças e jovens negros.

Segundo os estudiosos, os dois parâmetros permitem a perpetuação de estereótipos do negro na sociedade, que muitas vezes acabam associados à criminalidade. A violência também reduz a expectativa de vida dos homens negros em menos de 3,5 anos. Nos homens de outra cor ou etnia, a violência impacta em menos 2,57 anos. No Rio Grande do Sul, a situação não é tão diferente. Pesquisa do Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela) mostrou que nos últimos oito anos houve crescimento de 34,47% no número de assassinatos de negros no Estado.

Pesquisa

Recente Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios, divulgada pelo IBGE, mostra que há 104,2 milhões de brasileiros negros. O número representa a soma dos que se declararam pretos (7,9%) e pardos (45%), o equivalente a 52,9% da população. Só a região Norte tem 70,2% de pardos. Em dados relativos, 46,2% se autodeclararam brancos. Indígenas e amarelos correspondem a 1,6 milhão (0,8%).

Denúncias:

A Ouvidoria da Secretaria Especial de Políticas Públicas de Igualdade Racial* recebe denúncias:
Ano/registros
2011 — 656
2012 — 413
2013 — 425
* A Pasta realiza processo de licitação de um disque-denúncia (138). Mas não há prazo para funcionar.
FONTE: CORREIO DO POVO  - POR:MAUREN XAVIER

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Texto Prova Multi – Arte/Matutino – Profª Adriana – 6º e 7º Anos

TEXTO I - O Lugar do Negro no Teatro Brasileiro Contemporâneo

            Atualmente, com o avanço das discussões sobre a discriminação étnica e das leis antirracismo, a população negra começou a reivindicar os seus direitos perante a sociedade brasileira. No entanto, no que se refere ao mercado de trabalho para atores negros, apesar de terem ganhado um pouco de visibilidade, esta ainda é pequena, comparada à proporção de negros no contingente populacional brasileiro.
            Embora algumas pessoas justifiquem que estejam vendo mais atores negros nas telenovelas fazendo personagens que não sejam apenas de escravos, motoristas, criminosos e empregadas domésticas, o padrão estético determinado pela grande mídia para a escolha desse elenco se pauta em traços de beleza caucasianos, ou seja, negros com cabelos alisados, nariz e lábios finos e delicados.(..)
            O lugar do negro no teatro brasileiro contemporâneo necessita de que sua história e tradições sejam tratadas com o respeito e a importância que merecem, sem o olhar vertical determinado pela a cultura branca nos palcos, TV e cinemas do Brasil. Além disso, também saliento o fato de que os negros precisam fazer valer o seu valor como geradores de consumo, audiência e presença na sociedade. Dessa forma, acredito que a ponderação sobre os fatos aqui levantados possam ser apenas alguns poucos pontos de vista que nos levem a refletir sobre número de atores negros que vemos nos palcos brasileiros.
Vagner Vargas/Crítico Teatral.


TEXTO II - Grupo Caixa-Preta prepara nova peça teatral

            O grupo de teatro gaúcho Caixa-Preta, que é formado por artistas negros, vem buscando desde 2012, montar peças inspiradas nas principais tragédias gregas de Ésquilo, mas dentro de uma discussão da arte afro-brasileira, misturando elementos próprios das culturas negras.
            O diretor do grupo Jessé Oliveira  destacou que a África, no período do teatro grego, já possuía suas mitologias  que  materializam comportamentos de amor e ódio, e também motivam rituais, ressaltando  semelhanças que essas culturas possuem em suas vivências dos mitos e ritos. (...)


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Texto II – 6° anos

CONSCIÊNCIA NEGRA


Quilombo dos Palmares, sob a pessoa de Zumbi dos Palmares, deixou ao Brasil uma herança histórica e cultural riquíssima. A história dos Palmares e seu líder ficou imortalizada e caracterizada como símbolo da luta contra o trabalho escravo em nosso país e, posteriormente, como símbolo da consciência negra.

Muitos movimentos de emancipação e lutas contra a desigualdade social e o racismo no Brasil, principalmente liderados por classes minoritárias, posteriores ao Quilombo dos Palmares, foram inspirados no exemplo dos Palmarinos, como a Revolta do Malês (Salvador-1835), onde negros muçulmanos radicados pela escravidão no Brasil propunham o fim do catolicismo e a instauração de uma monarquia islâmica, além da escravidão aos não muçulmanos (brancos, mulatos e negros); e a Revolta da Chibata, em novembro de 1910, liderada pelo marinheiro descendente de escravos João Cândido, onde os militares da marinha protestavam contra os castigos impostos às faltas graves, que incluíam açoites à chibatadas (daí o nome da revolta).

O protesto culminou num motim de mais de 2.400 militares na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, a então capital do Brasil.

A data da morte de Zumbi (20 de novembro) é tida, desde 1995, como um dos feriados nacionais, o Dia Nacional da Consciência Negra:  por todo país, é disseminada a ideia de luta contra a discriminação racial, a conquista de direitos por parte dos representantes da raça negra, e é também uma data que nos traz à memória a consciência de igualdade sob todos os pontos de vista sociais.

Além da memória histórica valorosa em relação à luta de uma classe e de um povo, o “fenômeno dos Palmares” nos deixa um legado cultural, através da arte da capoeira, que Zumbi utilizava como técnica de guerra com seus liderados. Outra informação importante: o Brasil é conhecido de norte a sul do país e também fora dele, dentre outras muitas manifestações culturais, pela expansão da dança oriunda da África, que se popularizou em terras tupiniquins.
  
FONTE:  SITE: quilombodospalmares.info


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Texto II – 7° anos

Racismo muito além dos estádios

Casos tomam conta do noticiário e trazem à tona questionamentos sobre preconceito

Em menos de um mês, no mínimo seis casos de racismo tomaram conta do noticiário nacional, em especial três ocorrências envolvendo o futebol, dois jogadores e um árbitro. Esses episódios chamaram a atenção por trazerem uma carga de intolerância e gratuidade nas agressões verbais e quase corporais.

Esse panorama assusta, uma vez que há considerados avanços na área social e repúdio pela maior parte da população contra o preconceito. Só a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial contabilizou no ano passado 425 denúncias de racismo.

Mas não basta. Ainda são identificadas muitas fragilidades em relação ao cumprimento jurídico. “Leis existem e são suficientes para coibir, criminalizar e punir. A dificuldade persiste no registro das queixas e na aplicabilidade da legislação”, avalia o ouvidor nacional da Igualdade Racial, o advogado Carlos Alberto Silva Júnior. Ele ressalta como importante a postura adotada por parte da população de buscar Justiça contra esses crimes e condenar duramente a discriminação. “É possível enxergar avanços inequívocos na consciência social dos brasileiros e vislumbrar alterações significativas no padrão das relações raciais no país.”

Um dos líderes do Movimento Negro no Rio Grande do Sul, o advogado criminalista Antônio Carlos Côrtes também tem preocupações sobre a questão jurídica. Segundo ele, há algumas sutilezas e morosidade impedindo que o processo sobre racismo avance e resulte em punições. Entre essas sutilezas, o advogado cita casos em que a vítima é apontada como réu. “São equívocos repetitivos”, alerta ele, que tem mais de 40 anos de experiência. Ele destaca ainda que um número muito grande de crimes não é registrado.

Uma das dificuldades, na avaliação dele, é o fato de esse tipo de crime prescrever em seis meses. “A vítima não pode fazer a ocorrência policial e ficar esperando. Tem que controlar de perto para que o processo avance”, sentencia. Para ele, o fato de um deputado federal gaúcho ter feito críticas em tom racista contribuiu para o aumento da prática de racismo. Sobre os episódios envolvendo futebol, destaca que deve haver limites entre o humor e a agressão. Como colorado, recorda que o próprio time levou na esportiva o símbolo do macaco, incorporando a imagem.

O Tribunal de Justiça do RS não conta com Vara específica para analisar os processos envolvendo injúria ou discriminação racial. Pesquisa apontou que nos últimos cinco meses estavam previstos apenas dez julgamentos de processos relacionados a esse assunto.
Casos de repercussão
• Dia 6 de março: Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul mantém pena de prisão contra homem que cometeu injúria racial contra duas vizinhas.
• Dia 6 de março: jogador Arouca, do Santos, ouviu de torcedores gritos de “macaco”, durante e ao final da partida contra o Mogi Mirim, pelo Campeonato Paulista. Em nota, ele considerou o episódio “lamentável e inaceitável”. Disse ainda ser uma “mostra que o ser humano ainda tem muito a evoluir e a crescer”.
• Dia 5 de março: o árbitro Márcio Chagas é ofendido por torcedores antes de apitar a partida entre Esportivo e Veranópolis, em Bento Gonçalves, pelo Campeonato Gaúcho. Após o jogo, o seu veículo foi encontrado com marcas de chutes e com bananas.
• Dia 17 de fevereiro: uma australiana foi presa em flagrante, acusada de racismo em Brasília. Em um salão de beleza, ela disse não querer ser atendida por uma manicure negra.
• Dia 12 de fevereiro: o jogador do Cruzeiro (MG) Tinga foi ofendido durante partida pela Copa Libertadores da América. Durante o jogo, torcedores do time adversário, Real Garcilaso, do Peru, imitaram um macaco quando o jogador tocava na bola. A Conmebol, entidade máxima do futebol sul-americano, abriu processo para apurar o caso e poderá punir o clube.
• Dia 10 de fevereiro: o ator Vinicius Romão de Souza foi preso, acusado de roubo. Familiares e amigos afirmaram que a prisão foi injusta e que houve racismo. Ele foi solto após 16 dias.

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VESPERTINO:

TEXTO I E II 7º ANOS

CONSCIÊNCIA NEGRA


Quilombo dos Palmares, sob a pessoa de Zumbi dos Palmares, deixou ao Brasil uma herança histórica e cultural riquíssima. A história dos Palmares e seu líder ficou imortalizada e caracterizada como símbolo da luta contra o trabalho escravo em nosso país e, posteriormente, como símbolo da consciência negra.

Muitos movimentos de emancipação e lutas contra a desigualdade social e o racismo no Brasil, principalmente liderados por classes minoritárias, posteriores ao Quilombo dos Palmares, foram inspirados no exemplo dos Palmarinos, como a Revolta do Malês (Salvador-1835), onde negros muçulmanos radicados pela escravidão no Brasil propunham o fim do catolicismo e a instauração de uma monarquia islâmica, além da escravidão aos não muçulmanos (brancos, mulatos e negros); e a Revolta da Chibata, em novembro de 1910, liderada pelo marinheiro descendente de escravos João Cândido, onde os militares da marinha protestavam contra os castigos impostos às faltas graves, que incluíam açoites à chibatadas (daí o nome da revolta).

O protesto culminou num motim de mais de 2.400 militares na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, a então capital do Brasil.

A data da morte de Zumbi (20 de novembro) é tida, desde 1995, como um dos feriados nacionais, o Dia Nacional da Consciência Negra:  por todo país, é disseminada a ideia de luta contra a discriminação racial, a conquista de direitos por parte dos representantes da raça negra, e é também uma data que nos traz à memória a consciência de igualdade sob todos os pontos de vista sociais.

Além da memória histórica valorosa em relação à luta de uma classe e de um povo, o “fenômeno dos Palmares” nos deixa um legado cultural, através da arte da capoeira, que Zumbi utilizava como técnica de guerra com seus liderados. Outra informação importante: o Brasil é conhecido de norte a sul do país e também fora dele, dentre outras muitas manifestações culturais, pela expansão da dança oriunda da África, que se popularizou em terras tupiniquins.
  
FONTE:  SITE: quilombodospalmares.info

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Racismo muito além dos estádios

Casos tomam conta do noticiário e trazem à tona questionamentos sobre preconceito


Em menos de um mês, no mínimo seis casos de racismo tomaram conta do noticiário nacional, em especial três ocorrências envolvendo o futebol, dois jogadores e um árbitro. Esses episódios chamaram a atenção por trazerem uma carga de intolerância e gratuidade nas agressões verbais e quase corporais.

Esse panorama assusta, uma vez que há considerados avanços na área social e repúdio pela maior parte da população contra o preconceito. Só a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial contabilizou no ano passado 425 denúncias de racismo.

Mas não basta. Ainda são identificadas muitas fragilidades em relação ao cumprimento jurídico. “Leis existem e são suficientes para coibir, criminalizar e punir. A dificuldade persiste no registro das queixas e na aplicabilidade da legislação”, avalia o ouvidor nacional da Igualdade Racial, o advogado Carlos Alberto Silva Júnior. Ele ressalta como importante a postura adotada por parte da população de buscar Justiça contra esses crimes e condenar duramente a discriminação. “É possível enxergar avanços inequívocos na consciência social dos brasileiros e vislumbrar alterações significativas no padrão das relações raciais no país.”

Um dos líderes do Movimento Negro no Rio Grande do Sul, o advogado criminalista Antônio Carlos Côrtes também tem preocupações sobre a questão jurídica. Segundo ele, há algumas sutilezas e morosidade impedindo que o processo sobre racismo avance e resulte em punições. Entre essas sutilezas, o advogado cita casos em que a vítima é apontada como réu. “São equívocos repetitivos”, alerta ele, que tem mais de 40 anos de experiência. Ele destaca ainda que um número muito grande de crimes não é registrado.

Uma das dificuldades, na avaliação dele, é o fato de esse tipo de crime prescrever em seis meses. “A vítima não pode fazer a ocorrência policial e ficar esperando. Tem que controlar de perto para que o processo avance”, sentencia. Para ele, o fato de um deputado federal gaúcho ter feito críticas em tom racista contribuiu para o aumento da prática de racismo. Sobre os episódios envolvendo futebol, destaca que deve haver limites entre o humor e a agressão. Como colorado, recorda que o próprio time levou na esportiva o símbolo do macaco, incorporando a imagem.

O Tribunal de Justiça do RS não conta com Vara específica para analisar os processos envolvendo injúria ou discriminação racial. Pesquisa apontou que nos últimos cinco meses estavam previstos apenas dez julgamentos de processos relacionados a esse assunto.


Casos de repercussão

• Dia 6 de março: Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul mantém pena de prisão contra homem que cometeu injúria racial contra duas vizinhas.
• Dia 6 de março: jogador Arouca, do Santos, ouviu de torcedores gritos de “macaco”, durante e ao final da partida contra o Mogi Mirim, pelo Campeonato Paulista. Em nota, ele considerou o episódio “lamentável e inaceitável”. Disse ainda ser uma “mostra que o ser humano ainda tem muito a evoluir e a crescer”.
• Dia 5 de março: o árbitro Márcio Chagas é ofendido por torcedores antes de apitar a partida entre Esportivo e Veranópolis, em Bento Gonçalves, pelo Campeonato Gaúcho. Após o jogo, o seu veículo foi encontrado com marcas de chutes e com bananas.
• Dia 17 de fevereiro: uma australiana foi presa em flagrante, acusada de racismo em Brasília. Em um salão de beleza, ela disse não querer ser atendida por uma manicure negra.
• Dia 12 de fevereiro: o jogador do Cruzeiro (MG) Tinga foi ofendido durante partida pela Copa Libertadores da América. Durante o jogo, torcedores do time adversário, Real Garcilaso, do Peru, imitaram um macaco quando o jogador tocava na bola. A Conmebol, entidade máxima do futebol sul-americano, abriu processo para apurar o caso e poderá punir o clube.
• Dia 10 de fevereiro: o ator Vinicius Romão de Souza foi preso, acusado de roubo. Familiares e amigos afirmaram que a prisão foi injusta e que houve racismo. Ele foi solto após 16 dias. 

Violência atinge mais jovens negros

No Brasil, os negros precisam enfrentar mais do que o racismo. A discriminação também impacta diretamente na qualidade e na expectativa de vida dessa que é a maior parcela da população. Foi isso que apontou recente estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), destacando que a possibilidade de um jovem negro ser vítima de homicídio é 3,7 vezes maior do que um branco.

Utilizando dados do IBGE, o estudo trouxe outro dado alarmante: enquanto a taxa de homicídios de negros é de 36 mortes por 100 mil, na proporção dos “não negros” é de 15,2. No país, Alagoas é o estado que tem essa relação mais desproporcional, onde a diferença entre os dois grupos atinge a marca de 76 por 100 mil habitantes. Segundo os responsáveis pelo estudo, Daniel Cerqueira e Rodrigo Moura, a discriminação socioeconômica e o racismo estão diretamente ligados ao número de homicídios de negros no Brasil. Eles explicam que a discriminação atrasa ou bloqueia as oportunidades de crescimento profissional. O racismo atinge a autoestima de crianças e jovens negros.

Segundo os estudiosos, os dois parâmetros permitem a perpetuação de estereótipos do negro na sociedade, que muitas vezes acabam associados à criminalidade. A violência também reduz a expectativa de vida dos homens negros em menos de 3,5 anos. Nos homens de outra cor ou etnia, a violência impacta em menos 2,57 anos. No Rio Grande do Sul, a situação não é tão diferente. Pesquisa do Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela) mostrou que nos últimos oito anos houve crescimento de 34,47% no número de assassinatos de negros no Estado.

Pesquisa

Recente Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios, divulgada pelo IBGE, mostra que há 104,2 milhões de brasileiros negros. O número representa a soma dos que se declararam pretos (7,9%) e pardos (45%), o equivalente a 52,9% da população. Só a região Norte tem 70,2% de pardos. Em dados relativos, 46,2% se autodeclararam brancos. Indígenas e amarelos correspondem a 1,6 milhão (0,8%).

Denúncias:

A Ouvidoria da Secretaria Especial de Políticas Públicas de Igualdade Racial* recebe denúncias:
Ano/registros
2011 — 656
2012 — 413
2013 — 425
* A Pasta realiza processo de licitação de um disque-denúncia (138). Mas não há prazo para funcionar.
FONTE: CORREIO DO POVO  - POR:MAUREN XAVIER


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Texto I- 8º e 9º anos 

A DIVERSIDADE HUMANA

Existe entre os seres humanos uma grande variedade de aparência física, padrões culturais, língua, crenças, etc. Para identificar determinado grupo, muitas pessoas  usam a palavra “raça”, falando, por exemplo, em raça árabe, raça negra, raça de guerreiros, raça nobre. Usam-se até expressões como “ganhar na raça”, “defender a raça” ou “acabar com a raça de alguém”. Porém, em nenhum desses exemplos o termo “raça” corresponde ao seu conceito científico.
Afinal, o que é raça?
Raça é um conjunto de características genéticas que aparecem com maior frequência em uma população, distinguindo-a de outras. Assim, o que distingue as raças são diferenças genéticas, isto é, características transmitidas pelos genes a cada geração. Isto significa que é inadequado falarmos em “raça de guerreiros”, “raça nobre”, ou “raça de músicos”, porque esses atributos são adquiridos em sociedade. Dessa forma, as características culturais (língua, religião, tradições, valores, etc.) identificam e diferenciam etnias, e não raças.
Quais são as raças do ser humano? Há raça pura?
As duas perguntas envolvem uma única questão muito discutida pelos cientistas: a diversidade humana. As pesquisas feitas até hoje nos levam a afirmar que a humanidade pertence a mesma espécie, a Homo sapiens sapiens, surgida há cerca de cem mil anos no sudeste da África. Portanto, você, um sueco e um ianomâmi têm uma origem comum. E como ficaram com características físicas tão diferentes? Não há respostas seguras para essa pergunta.
De alguma maneira e em algum momento da evolução humana, as raças surgiram e o que é mais importante foram se modificando. As raças não são fixas. Ao longo da História, as migrações, as guerras e as conquistas têm provocado a mistura de raças e, portanto, na espécie humana, não há nem nunca existiram raças puras.
Há raças melhores, que dizer, mais aptas e inteligentes que dominaram outras menos capazes? Não se fala em “evolução pela seleção natural”?
Essas afirmações foram resultado  de teorias científicas racistas que, no século  XIX, serviram como justificativas para massacrar povos. Em 1859, ao ser publicado seu livro: “A origem das espécies”, o inglês Charles Darwin (1809-1882) jamais poderia imaginar a revolução que causaria na ciência e no pensamento da sociedade ocidental. A razão disso foi a explicação de Darwin para a teoria evolucionista. Segundo ele, o ritmo de procriação das espécies animais e vegetais excede os meios de subsistência disponíveis e estabelece-se uma concorrência pela sobrevivência na qual vencem aqueles indivíduos que, em virtude de sua constituição, conseguem melhor adaptação ao meio.
O evolucionismo biológico de Darwin foi usado para dar sustentação ao evolucionismo social (o qual lhe era anterior), tendo sido aplicado à evolução humana (Darwin nunca supôs que a regra da seleção natural se aplicava à vida social). Alguns estudiosos como o francês conde de Gobineau, autor da obra “Ensaio sobre as desigualdades das raças humanas”, argumentavam a respeito da inferioridade biológica de negros e mestiços. Estava armada a base da ideologia racista: afirmou-se que o progresso humano era resultado da luta e da competição entre as raças, acabando por vencer a mais forte, no caso, a raça branca. As demais raças, principalmente os negros, estavam destinadas a sucumbir pela seleção natural e social.
Não há nenhuma base científica para uma classificação geral das raças em uma escala de superioridade. Todos os argumentos usados pelos racistas sobre as raças  “superiores” e “inferiores” são facilmente desmascarados pela ciência. Não existe, por exemplo, nenhuma relação entre raça e inteligência ou entre raça e personalidade.
O racismo não tem base científica, mas, sim, política. Os preconceitos são, na verdade, meras desculpas para justificar guerras de conquista e extermínio  de populações. Ainda hoje, a ideologia racista está presente, especialmente entre aqueles que buscam um “bode expiatório” para suas próprias fraquezas ou para os problemas sociais que não conseguem entender. Nesse sentido, a educação e a cultura são armas eficientes contra o racismo, a serem utilizadas pelos governos para evitar a violência social.
Fonte: Domingues, Joelza Ester. História em documentos. 7ª série. Ed. FTD. 1ª edição. SP. 2009. P. 263 e 264.



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TEXTO II 8º E 9º ANO

Por que odeio nordestino?

Por THEA TAVARES | Publicado:12 DE NOVEMBRO DE 2010
Contribuição da jornalista  Sirlei Fernandes, de Curitiba-PR
http://blogladob.com.br/wp-content/uploads/2010/11/regiaonordeste-587-250x300.jpgDe nordestino tenho trauma acumulado desde a mais tenra infância. O problema vem desde aquela época em que a gente ia feliz da vida prá escola de guarda-pó branco e caderninho embaixo do braço para um dia poder ler e escrever.
Naqueles áureos tempos me disseram que um tal de Jorge Amado era um escritor baiano famoso e até hoje não consegui entender o porquê dessa constatação. Será porque ele escreveu dezenas de livros que retratam tão bem a história do povo nordestino do sertão e da cidade? Será porque das obras dele renderam adaptações de filmes de primeira linha, teatro e telas famosas? Será que odeio Jorge Amado porque as obras dele foram publicadas em 52 países?
Este pequeno exemplo já é motivo convincente para odiar o povo nordestino. Afinal de contas, porque a contribuição deles à literatura é tão expressiva e valorizada e a nossa não. Mas vou mais além.
http://blogladob.com.br/wp-content/uploads/2010/11/gonzagao-150x150.jpgOdeio nordestinos também por essa mania que eles tem em fazer música, dança, poesia reverenciadas no mundo inteiro. Se Strauss ficou famoso com suas valsas e Verdi com suas óperas, não menos valor tem os Doces Bárbaros, Djavan, Alceu Valença, Carlinhos Brown, Zé e Elba Ramalho e mais uma infinidade de gente talentosa. Tive a grata oportunidade de assistir um dia Chico César fazer embolada no violão com a Nona Sinfonia de Beethowen e o Luar do Sertão do Gonzaga e confesso: foi um verdadeiro deleite musical.

http://blogladob.com.br/wp-content/uploads/2010/11/213_1254-carmelita-folgan%C3%A7as-do-rei-lampi%C3%A3o.jpgLembro também do Baryshnikov. Ele tem méritos de sobra na dança. Mas, cá entre nós, quem consegue harmonizar os passos frenéticos do frevo e do maracatu não fica nem um pouco atrás do talentoso bailarino russo. E é só o nordestino capaz de conseguir a façanha.
Odeio o cearense Patativa do Assaré. Na sua sabedoria popular, ele já imaginava que: “a baixa, o sertão e a serra, Devia sê coisa nossa; Quem não trabalha na roça, Que diabo é que quer com a terra? Quer mais motivos para odiar o Assaré?
O nordestino também tem a mania de se sobressair na culinária. Odeio esse povo que capricha no acarajé, na tapioca, vatapá e moqueca. A comida deles é tão avassaladora que até político experimenta pra ver se o santo ajuda. Vide as ingerências da buchada de bode na trajetória de alguns.
http://blogladob.com.br/wp-content/uploads/2010/11/123home_foto1.jpgMinha ira vai mais além. Além do povo carimbado de nordestino, ainda tem aqueles quilômetros de praias de areia fofa rodeadas de coqueiros. Lá, o azul do céu se confunde com as águas quase mornas, prontas pra receber gente do mundo inteiro num doce mergulho no mar.
Esse é o nordeste. Mesmo odiado, seu povo tem no coração a grandeza do sorriso franco e a alma acolhedora.
As riquezas culturais acumuladas na história pelo povo nordestino não serão destruídas por preconceitos nem desamor, porque as suas bases são mais fortes que o granito e o mármore.http://blogladob.com.br/wp-content/uploads/2010/11/brasil.jpg
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    Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar.”
    Paulo Freire
    BOM TRABALHO...Equipe Pedagógica do CEF 17 Taguatinga.================================================================